Marcelo Alves Soares, filho do poeta popular José Soares, nasceu em Recife, Pernambuco em 23 de dezembro de 1955. Este artista magnífico começou a ilustrar os livros de cordel do pai e mais tarde começou também a escrever.
Ele, além de poeta, é pintor e artista gráfico, sendo um dos xilógrafos brasileiros com mais destaque atualmente. Esculpe em suas xilogravuras as iniciais "MA", "MS" ou ainda o nome "Marcelo". Um exemplo de suas obras literárias é o folheto "O Encontro da Velha debaixo da Cama com a Perna Cabeluda". E uma de suas obras mais conhecidas é o “Tocador de pífano”.
Hoje, ele ainda vive na cidade de São Paulo.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
Cordel - histórico e Definição Rodrigo nº 26
A história da literatura de cordel começa com o romanceiro do Renascimento, quando se iniciou impressão de relatos tradicionalmente orais feitos pelos trovadores medievais, e desenvolve-se até à Idade Contemporânea. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536). Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil desde o início da colonização.
- Evolução no Brasil
Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas , temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.
O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899:
"Esta peleja que fiz não foi por mim inventada, um velho daquela época a tem ainda gravada minhas aqui são as rimas exceto elas, mais nada."
Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é "Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabido, a primeira capital da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.
Na indagação dos pesquisadores no entanto há lógica, porque os poetas de bancada ou de gabinete, como ficaram conhecidos os autores da literatura de cordel, demoraram a emergir do seio bom da terra natal. Mais tarde, por volta de 1750 é que apareceram os primeiros vates da literatura de cordel oral. Engatinhando e sem nome, depois de relativo longo período, a literatura de cordel recebeu o batismo de poesia popular.
Foram esses bardos do improviso os precursores da literatura de cordel escrita. Os registros são muito vagos, sem consistência confiável, de repentistas ou violeiros antes de Manoel Riachão ou Mergulhão, mas Leandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865, teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo, em fins do século passado.
Sua afirmação, na última estrofe desta peleja (ver em detalhe) é um rico documento, pois evidencia a não contemporaneidade do Riachão com o rei dos autores da literatura de cordel. Ele nos dá um amplo sentido de longa distância ao afirmar: "Um velho daquela época a tem ainda gravada".
Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) estão entre os principais autores do passado.
Carlos Drummond de Andrade, reconhecido como um dos maiores poetas brasileiros do século XX, assim definiu, certa feita, a literatura de cordel: "A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança uma grande área de sensibilidade".
A literatura de cordel apresenta vários aspectos interessantes e dignos de destaque:
- As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular;
- Pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste gênero ainda no nordeste do Brasil), a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro;
- Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo;
- A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo.
Fontes: suapesquisa.com, cola da web
Zé Limeira - David n7 7A
Zé Limeira nasceu no sitio Tauá em Teixeira, Paraíba em 1886 e morreu em 1954.Foi cordelista/repentista mais mitológico do Brasil. Era conhecido como o Poeta do Absurdo pois suas distorções históricas, poesias recheadas de surrealismo e nonsense, e pelos neologismos esdrúxulos que criava. , cidade da que foi o principal reduto desrepentistas no século XIX.
Os temas que abordava em suas poesias e repentes eram variados e chegavam, muitas vezes, ao delírio. Pornografia era um tema recorrente.Vestia-se de forma berrante, com enormes óculos escuros e anéis em todos os dedos, e saía pelos caminhos de sua vida, cantando e versando.
uma foto de Zé Limeira
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Zé_Limeira
David Passos
José Costa Leite - Victor Jorge ,º31
José Costa Leite nasceu em 27 de julho de 1927, em Sapé (Paraíba). Diz que nunca freqüentou a escola, tendo aprendido a ler soletrando folhetos de cordel.
Em 1938, muda-se com a família para Pernambuco, fixando residência em Condado, cidade onde mora até hoje. Ainda criança, trabalha nas plantações de cana-de-açúcar e faz seus primeiros versos imitando o cordel.
Em 1947, começa a vender folhetos nas feiras do interior e, em 1949, publica seus primeiros títulos: Eduardo e Alzira eDiscussão de José Costa com Manuel Vicente. Logo em seguida, improvisa-se xilógrafo, gravando na madeira a imagem que ilustra seu terceiro título, O rapaz que virou bode. Torna-se, assim, um profissional polivalente, exercendo todas as atividades ligadas à literatura popular: é poeta, editor, ilustrador e continua a vender folhetos, de feira em feira.
Autor de clássicos
Verseja sobre praticamente todos os temas do cordel, sendo o autor de clássicos como A Carta misteriosa do Padre Cícero Romão Batista, O dicionário do amor e Os dez mandamentos, o Pai Nosso e o Credo dos cachaceiros.
Além das histórias em verso, publica anualmente oCalendário Brasileiro, almanaque astrológico de 16 páginas contendo diversos conselhos práticos, de grande sucesso junto ao público.
Denomina sua folhetaria A Voz da Poesia Nordestina. Em 1976, recebe o Prêmio Leandro Gomes de Barros, da Universidade Regional do Nordeste (Campina Grande), pelo conjunto de sua obra, talvez a mais extensa da literatura de cordel brasileira, em número de títulos.
Obras de arte
Suas xilogravuras ilustram inúmeros folhetos – seus e de outros poetas – e ganham status de obra de arte a partir dos anos 1960, quando passam a ser publicadas em álbuns e expostas em museus, no Brasil e no exterior: em 2005, José Costa Leite é o convidado especial de uma exposição realizada no Musée du Dessin et de l’Estampe Originale de Gravelines (França), onde também dá ateliês de xilogravura.
Ao completar 80 anos, em 2007, foi homenageado na Paraíba, juntamente com o escritor Ariano Suassuna, e recebe o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, reconhecimento máximo de um artista de múltiplos talentos, que fez da poesia e da beleza a matéria-prima de seu labor. As informações sobre José Costa Leite constam em entrevistas dadas a Everardo Ramos nos anos de 2000, 2005 e 2008.
fonte: wikipédia, suapesquisa.com.
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